COVID-19 ao que nos obrigas!



Como sabem o país e o mundo está a passar uma fase difícil e devido a isso este texto já está a ser escrito em solo português. Com esta publicação pretendemos dar a conhecer como temos vivido a nossa quarentena e como ficou a nossa situação Erasmus.

A nossa universidade fechou no dia 12 de março, a partir daí começamos a cumprir a nossa quarentena, pois em Espanha a situação agravava-se. Saímos apenas no dia 13 para fazermos algumas compras e a partir dai não saímos mais. Sábado foi declarada, pelo governo espanhol, a quarentena obrigatória, ouvimos várias opiniões e decidimos permanecer em Sória.
A nossa 1º semana de quarentena foi bastante produtiva, construímos um baralho de cartas, tivemos aulas online, fizemos algumas tarefas escolares e praticamos exercício físico (tudo sem sair de casa).
Na quarta feira começamos a aperceber-nos que a situação se estava a agravar a largos passos e foi aí que decidimos regressar a Portugal para podermos estar junto das nossas famílias; além disso, visto estarmos a ter aulas online, o que fazíamos em Sória podíamos fazer em Portugal. Em um dia organizamos tudo o que era necessário para o nosso regresso, comunicamos a nossa decisão à universidade (tanto de Beja como de Valladolid) e foram incansáveis em preparar toda a papelada para que nós pudéssemos passar a fronteira. Alugamos um carro, pois era a maneira mais segura de fazer a viagem. Inicialmente pretendíamos fazer a viagem desde Sória até Portugal tudo sem trocarmos de carro, mas com esta situação toda um carro espanhol não podia passar a fronteira, então contactamos a Europcar de Alvor (à qual queremos agradecer desde já), que fez os possíveis e os impossíveis para que conseguíssemos um carro português. Carro esse que estava em Valladolid – então teríamos de alugar um carro em Soria, para fazer a viagem até Valladolid, mas havia um senão, o levantamento do carro em Valladolid tinha que ser feito até as 13h e só às 10h é que nos davam o carro em Sória. Com isto íamos correr contra o tempo, pois a viagem era de 2h30 e ainda tínhamos de carregar o carro.
Na estrada encontramos apenas camiões de transporte de mercadorias. Chegamos a Valladolid as 13h10 e por 10min não conseguimos o carro português, mas por um lado ainda bem, porque o carro português era um Fiat 500 e nós tínhamos o carro atulhado até ao teto (Peugeot 308). Com isto tivemos que ligar para a central da Europcar e mudar a nossa reserva, passando assim para o plano B.
Este plano B seria levarmos o carro até à fronteira e haver algum dos nossos familiares que nos apanhasse na fronteira. Então assim foi: fomos até Badajoz e em Badajoz o pai da Neuza estava lá à nossa espera para nos trazer para “casa” (está entre aspas porque durante os próximos 14 dias ainda não regressamos mesmo às nossas casas, pois por motivos de segurança decidimos cumprir a quarentena longe dos nossos para prevenir).
Em Badajoz foi um caos, mal chegamos fomos mandadas parar pela policia, porque só podia estar uma pessoa no carro e nós estávamos duas, explicamos a situação e eles deram uma abébia. A seguir foi encontrar um lugar junto da Europcar, coisa impossível, andamos, sem exagero, 1h à procura de estacionamento e nada feito.
Depois de tudo colocado no carro do pai da Neuza lá nos fizemos à estrada para o nosso Portugal. Sim, houve controlo na fronteira.
Chegamos a Alvor, sítio onde fica o apartamento onde estamos durante os 14 dias (queremos também agradecer ao primo da Neuza por nos ceder o seu apartamento de férias), e lá tivemos que descarregar o carro e arrumar tudo, a sorte é que havia elevador 😂
É importante salientar que o pai da Neuza fez uma viagem toda protegido para não haver o mínimo de contacto connosco, pois ainda se encontra a trabalhar.
Neste momento estamos em face de avaliação de sintomas, tentamos contactar a saúde24 porque como viemos de uma área afetada achamos por bem comunicar, mas não tivemos sucesso. Até ao momento não apresentamos nenhuns sintomas alarmantes.
Estamos num apartamento sem internet, por isso temos que inventar de tudo para passar o tempo (😂), o nosso baralho de cartas tem sido um ótimo amigo, já reproduzimos os tutoriais da Helena Coelho, já repusemos as horas de sono e fazemos exercício físico.
No total estamos há 15 dias fechadas em casa, sendo 5 dias já realizados em Portugal.
Para terminar, queremos agradecer à nossa família que nos apoiou na nossa decisão, ao GRI do IPBeja, nomeadamente à Ana Mestre, à nossa tutora do IPBeja (professora Maria do Sameiro) e a toda a equipa da Europcar da Alvor, pois foram sem dúvida fundamentais nesta nossa deslocação.


O nosso baralho de cartas


Uma das vistas durante a viagem (montanha com neve)

   




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